Preservação
e digitalização de acervos é desafio, dizem especialistas
EBC promove o Seminário Memória, Identidade e
Futuro no Rio
Publicado
em 13/11/2018 - 20:34
Por Vladimir
Platonow - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
Em um mundo cada vez mais digital
em que as telas e redes substituem o papel velozmente, o desafio de preservar o
acervo analógico torna-se uma prioridade. Além de garantir e proteger a
informação, a digitalização de obras de arte, peças literárias, jornais,
revistas e toda a gama de documentos permite a divulgação e o acesso universal
ao seu conteúdo.
O tema foi
debatido hoje (13) no Seminário Memória, Identidade e Futuro,
promovido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), no Centro Cultural
Banco do Brasil (CCBB), no Rio, reunindo especialistas no assunto.
Para o secretário especial de
Comunicação Social da Presidência da República e presidente do Conselho de
Administração da EBC, Márcio Freitas, a preservação do patrimônio
garante ao país enxergar sua própria identidade.
“O país se enxerga por meio de
sua história. Só percebe sua verdadeira face quando consegue ver o que
significou no passado, se identifica e se compreende. É importante olhar para
esses registros do passado. São eventos, personagens, matérias, registros
radiofônicos, programas que fizeram sucesso. Eles expressam aquilo que se
pensava, o modo como as pessoas se comportavam. É importante resgatar isso.”
No evento, o secretário de
Comunicação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República e Conselho
de Administração da EBC, Márcio Freitas, assinou o acordo de cooperação
firmado pela empresa com a Fundação Getulio Vargas (FGV) visando a recuperação
do seu acervo.
Memória
Vista panorâmica da discoteca da Rádio Nacional em
Brasília - Acervo Arquivo Público do Distrito Federal
O coordenador de Comunicação e
Informação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (Unesco), Adauto Candido Soares, ressaltou a necessidade de dar acesso
à memória por meio das redes digitais. “A Unesco trabalha com o conceito de
sociedades do conhecimento, que pensam nas bases de dados que vieram de uma
sociedade da informação e nas gerações futuras, no uso das novas tecnologias
inclusivas. Mas a história precisa estar acessível em todas essas plataformas.
A Unesco pensou nisso quando criou o programa Memória do Mundo, que é
uma forma de estruturar o patrimônio documental da humanidade.”
A pesquisadora Rita Marques,
especialista em preservação audiovisual, trabalha no setor há 35 anos e se
preocupa com a garantia de acesso à informação nas diversas plataformas ao
longo do tempo, com as mudanças tecnológicas. Segundo ela, o Brasil está
atrasado na digitalização de acervos, comparado a outros países.
“O Brasil está muito atrasado
neste processo de digitalização das mídias analógicas, como fotografias e
documentos, que começou no mundo a partir de 1994, quando a internet passou a
atuar de uma forma mais ágil e as empresas iniciaram a digitalização do seu
material. Nós ficamos para trás. Começamos a discutir isso a partir do ano
2000. Temos no mínimo 10 anos de atraso em relação aos países desenvolvidos. É
uma corrida contra o tempo, contra a obsolescência dos equipamentos e a
degradação dos materiais.”
Relevância
Segundo a pesquisadora Rita Marques, a EBC
tem um acervo importantíssimo, principalmente em relação aos registros
radiofônicos: “Aí está a história da comunicação de massa no Brasil, que
começou com o rádio. Este material é de um valor inestimável e ele é
recuperável. Na parte audiovisual também, pois nós temos uma escassez muito
grande de imagens em movimento das décadas de 70 e 80, e a EBC tem este
material.
O debate foi gravado e será
transmitido pela TV Brasil durante o programa Sem Censura,
mediado pela jornalista Vera Barros.
Saiba mais
Edição: Sabrina
Craide
Tags: acervo
EBC
seminário Rio de Janeiro
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