Prédio do
Museu Nacional será reconstruído em quatro etapas
Além das obras, há possibilidade de campanha de
doação para o acervo
Publicado
em 04/09/2018 - 15:24
Por Karine
Melo - Repórter da Agência Brasil Brasília
Foto maravilhosa de Tânia Rego - Agencia Brasil |
A reconstrução do Museu Nacional
no Rio de Janeiro será feita em quatro etapas, incluindo a possibilidade de
cessão de um terreno próximo ao local para que as atividades acadêmicas sejam
mantidas. Após reunião no Palácio do Planalto do presidente Michel Temer com
ministros nesta terça-feira (4), foi confirmada a liberação, via Ministério da
Educação, de R$ 10 milhões para a Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ). O museu é vinculado à instituição.
No decorrer das quatro etapas, há ainda a proposta
de uma campanha internacional para a doação e aquisição de acervos para o Museu
Nacional do Rio de Janeiro.
O ministro da Cultura, Sergio Sá Leitão, anuncia a
proposta de reconstrução do Museu Nacional - Antonio Cruz/ Agência Brasil
O ministro da Cultura, Sérgio de
Sá Leitão, adiantou que a primeira estapa será dedicada à realização de
intervenções emergências, como instalação de um toldo, escoramento de paredes,
levantamento da estrutura, inventário do acervo e separação do que é possível
encontrar nos escombros.
A segunda etapa depende da
conclusão da perícia da Polícia Federal no local. Depois de realizada, será
contratado um projeto básico e, com base nele, será implementado o projeto
executivo da reconstrução do museu.
A terceira etapa é a da
reconstrução. A ideia é usar a lei federal de incentivo à cultura, a Lei
Rouanet. “Vamos fazer a mobilização de parceiros privados e da sociedade civil
para reunir os recursos necessários”, disse Leitão, acrescentando que o custo
da reconstrução do museu só poderá ser estimados após a elaboração do projeto
executivo.
O ministro da Cultura disse que a
quarta fase pode ocorrer em paralelo com a obra de construção. É a de
recomposição do acervo. O governo pretende fazer uma campanha internacional
para a doação e aquisição de acervos para o Museu Nacional.
“Óbvio que sobre o acervo perdido
não é possível fazer nada. Mas no menor prazo possível, a ideia é que a gente
possa recuperar o edifício e fazer a recomposição do acervo”, ressaltou Sá
Leitão.
Parceiros
De acordo com Sá Leitão, ainda
hoje (4) deverá ocorrer uma reunião do comitê gestor, que está a frente do
trabalho, com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (Unesco), parceira, ao lado da UFRJ, e entidades como o Instituto
Brasileiro de Museus (Ibram) e o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico
Nacional (Iphan).
O ministro da Educação, Rossieli
Soares, estima que esse comitê trabalhe por aproximadamente 12 meses. “Não é um
tempo de espera. É um tempo de organização. Nesse sentido, o fundo patrimonial
é importante”.
Responsabilidades
Ao criticar o modelo atual de
gestão da maioria dos museus federais, o ministro da Educação disse que, tão
estratégico como a recuperação do museu, é a mudança do modelo de gestão.
Ministro da Educação, Rossieli Soares, fez críticas
ao atual modelo de administração de museus - Antonio Cruz/ Agência Brasil
“Esse assunto será discutido no
âmbito do comitê. A ideia é uma proposição legislativa para adoção de
Organizações Sociais no âmbito do governo federal”, adiantou Rossieli,
lembrando que o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, é gerido nesse modelo.
Em 2017, segundo dados oficiais,
houve o empenho de mais de R$ 3 bilhões para a UFRJ. Segundo o governo federal,
o reitor Roberto Leher não apresentou projetos nem solicitação de recursos para
aprimorar o sistema de segurança e combate a incêndios no Museu Nacional.
“O que foi tratado foi [apenas]
apoio para os recursos via BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social] e a situação do terreno ao lado para ampliação”, afirmou o ministro da
Educação, Rossieli Soares. “Do total [para a UFRJ], apenas R$ 373 mil foram
destinados ao Museu Nacional”, acrescentou o ministro da Casa Civil, Eliseu
Padilha.
Saiba mais
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Edição: Fernando
Fraga
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