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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

A terrivel onda humana

Hungria decide fazer referendo sobre a distribuição de refugiados


Aline Moraes






O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, anunciou nesta quarta-feira (24) que vai consultar os cidadãos sobre o esquema de cotas de refugiados. Em setembro do ano passado, a União Europeia aprovou por maioria, e não por consenso, o realocamento de 160 mil pessoas entre os membros do bloco, de acordo com o tamanho da população e da economia de cada país. Hungria e outros membros do Leste Europeu foram contra e chegaram a recorrer à Justiça europeia.

Apesar de aprovado, o esquema não estÔ funcionando. Até agora, cerca de 500 refugiados, apenas, foram realocados. A ONU e governos, como o da Alemanha, vêm pressionando por uma resposta conjunta do bloco europeu, mas sem sucesso. Com o referendo, que ainda não tem data definida, Orban busca legitimar a oposição do governo ao acolhimento de refugiados.

Sonora: “Nós, hĆŗngaros, sentimos e eu estou convencido de que o governo estĆ” respondendo ao sentimento do povo, nós achamos que introduzir cotas para realocar migrantes sem o apoio da população equivale a um abuso de poder.”

A crise migratória estÔ tomando contornos cada vez mais complicados em território europeu. Milhares de pessoas continuam presas na divisa da Grécia com a MacedÓnia, jÔ que este e outros países dos BÔlcãs impuseram limites à passagem de refugiados nas fronteiras. O mesmo fez a Áustria. Migrantes do Afeganistão estão sendo barrados, por não serem considerados refugiados, como acontece com os sírios.

O primeiro aviĆ£o com afegĆ£os deportados da Alemanha chegou nesta quarta-feira Ć  capital do AfeganistĆ£o, Cabul. Segundo o governo alemĆ£o, 125 pessoas retornaram de forma voluntĆ”ria, depois que os dois paĆ­ses fizeram um acordo. O jovem Hassan Jan, um dos que decidiu voltar, diz que, depois que o presidente do AfeganistĆ£o pediu que a Alemanha mandasse afegĆ£os de volta, para ajudarem a reconstruir o paĆ­s, a situação em solo alemĆ£o se deteriorou.

Sonora: “Depois que diminuĆ­ram a ajuda. Eles nos transferiram de acampamento para acampamento. Eu mesmo fiquei oito meses na Alemanha. Eles nĆ£o estavam ajudando os afegĆ£os como ajudavam os sĆ­rios. EntĆ£o eu mesmo decidi voltar”.

Nesta semana, a BĆ©lgica decidiu instalar controles temporĆ”rios na fronteira com a FranƧa, com medo de receber um grande fluxo de pessoas vindas do acampamento em Calais, que ficou conhecido como “a selva”. LĆ” vivem pelo menos trĆŖs mil migrantes e refugiados que tentam uma chance para embarcar, mesmo que de forma ilegal, nos trens que levam da FranƧa Ć  GrĆ£-Bretanha.

A remoção dessas pessoas estava prevista para começar na última terça-feira, mas a Justiça francesa adiou a decisão. Organizações humanitÔrias que atuam no acampamento em Calais entraram com um recurso, alegando que não hÔ ainda uma alternativa adequada do governo para acomodar essas pessoas. A previsão é de que a Justiça dê seu parecer nesta quinta-feira.

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