Hungria
decide fazer referendo sobre a distribuição de refugiados
O primeiro-ministro hĆŗngaro, Viktor Orban, anunciou nesta
quarta-feira (24) que vai consultar os cidadãos sobre o esquema de cotas
de refugiados. Em setembro do ano passado, a União Europeia aprovou por
maioria, e não por consenso, o realocamento de 160 mil pessoas entre os
membros do bloco, de acordo com o tamanho da população e da economia de
cada paĆs. Hungria e outros membros do Leste Europeu foram contra e
chegaram a recorrer à Justiça europeia.
Apesar de
aprovado, o esquema não estÔ funcionando. Até agora, cerca de 500
refugiados, apenas, foram realocados. A ONU e governos, como o da
Alemanha, vĆŖm pressionando por uma resposta conjunta do bloco europeu,
mas sem sucesso. Com o referendo, que ainda não tem data definida, Orban
busca legitimar a oposição do governo ao acolhimento de refugiados.
Sonora:
“Nós, hĆŗngaros, sentimos e eu estou convencido de que o governo estĆ”
respondendo ao sentimento do povo, nós achamos que introduzir cotas para
realocar migrantes sem o apoio da população equivale a um abuso de
poder.”
A crise migratória estÔ tomando contornos cada
vez mais complicados em território europeu. Milhares de pessoas
continuam presas na divisa da GrƩcia com a MacedƓnia, jƔ que este e
outros paĆses dos BĆ”lcĆ£s impuseram limites Ć passagem de refugiados nas
fronteiras. O mesmo fez a Ćustria. Migrantes do AfeganistĆ£o estĆ£o sendo
barrados, por não serem considerados refugiados, como acontece com os
sĆrios.
O primeiro avião com afegãos deportados da
Alemanha chegou nesta quarta-feira à capital do Afeganistão, Cabul.
Segundo o governo alemão, 125 pessoas retornaram de forma voluntÔria,
depois que os dois paĆses fizeram um acordo. O jovem Hassan Jan, um dos
que decidiu voltar, diz que, depois que o presidente do Afeganistão
pediu que a Alemanha mandasse afegãos de volta, para ajudarem a
reconstruir o paĆs, a situação em solo alemĆ£o se deteriorou.
Sonora:
“Depois que diminuĆram a ajuda. Eles nos transferiram de acampamento
para acampamento. Eu mesmo fiquei oito meses na Alemanha. Eles não
estavam ajudando os afegĆ£os como ajudavam os sĆrios. EntĆ£o eu mesmo
decidi voltar”.
Nesta semana, a BƩlgica decidiu instalar
controles temporƔrios na fronteira com a FranƧa, com medo de receber um
grande fluxo de pessoas vindas do acampamento em Calais, que ficou
conhecido como “a selva”. LĆ” vivem pelo menos trĆŖs mil migrantes e
refugiados que tentam uma chance para embarcar, mesmo que de forma
ilegal, nos trens que levam da França à Grã-Bretanha.
A
remoção dessas pessoas estava prevista para começar na última
terça-feira, mas a Justiça francesa adiou a decisão. Organizações
humanitƔrias que atuam no acampamento em Calais entraram com um recurso,
alegando que não hÔ ainda uma alternativa adequada do governo para
acomodar essas pessoas. A previsão é de que a Justiça dê seu parecer
nesta quinta-feira.
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